Dando continuidade a maratona de documentários que falam sobre a morte (em comemoração aos três anos do projeto FILMES PERTURBADORES), chegou a hora de falarmos de um Shockumentary não muito popular nos tempos modernos, que eu acabei descobrindo e conhecendo por acaso na internet.
Des Morts foi lançando em 1979, numa época em que dezenas de outros documentários estavam seguindo os mesmo passos do original Faces of Death. Para quem não sabe, "As faces da Morte" foi o percursor de um gênero bem específico de documentário, onde a morte era discutida de maneira "educacional", inspirando mais tarde, dezenas de outros títulos muito mais sensacionalistas, com cenas brutais de morte e violência. E foi assim que surgiu o subgênero Shockumentary. Esse filme também compartilha essa mesma ideia, mas usando como foco principal, alguns diferentes tipos de funerais que acontecem ao redor do mundo. Of The Dead (originalmente conhecido como "Des Morts" especialmente na França e na Bélgica), mostra algumas diferentes culturas e a cerimônia fúnebre de cada uma delas.
Possíveis spoilers: Na Tailândia, vemos um tradicional funeral envolvendo uma mulher indígena. Enquanto algumas pessoas fazem uma oração em coro para uma entidade chamada Ndzu-Nhong (que nem mesmo o Google conhece, mas eles o consideram como o Deus da terra, do céu e de todo o resto), os habitantes locais matam algumas vacas como parte de um ritual que antecede o enterro. A cena é forte, mas não ao ponto de ser considerada muito ofensiva. A menos, que você seja algum tipo de vegetariano ou uma pessoa de coração muito mole, sendo incapaz de ver um animal sendo morto, mutilado e devorado. O Funeral é encerrado assim como o nosso, com o corpo da defunta sendo enterrada em um caixão. Na sequência, vemos alguns outros tipos de funerais nos lugares mais exóticos lugares do mundo como na Bélgica, México, Nepal, Coreia do Sul e até nos Estados Unidos.
Particularmente, eu não considero DES MORTS como um filme genuinamente perturbador. Mas, existem algumas cenas nele que podem chocar bastante quem não é muito acostumado com esse tipo de documentário. Vemos corpos de crianças e pessoas em estados de mumificação e em outra cena, um corpo que está sendo embalsamado. Isso é o "melhor" que esse filme tem para oferecer. Em outro segmento, um corpo é cremado até os ossos serem transformados em cinzas. Em São Francisco, EUA, um homem está fazendo o funeral do seu cachorro em um cemitério de animais. Por falar em animais, é surpreendente como alguns deles são abatidos com tanta brutalidade em matadouros (Sorry.... sem spoilers! hahaha). Na Espanha, uma tourada causa a morte de um touro, algo completamente comum nesse sangrento espetáculo. De resto, só algumas cenas de pessoas que estão em estado crítico em hospitais, funerais onde cadáveres são queimados em público, corpos no rio Ganges e uma curiosa partida de futebol com cadeirantes.
Esse documentário tem cerca de 100 minutos de duração. Minutos, que são usados especificamente para falar sobre funerais. Isso é interessante? Definitivamente que não, pelo menos, não para min. Essa é a minha opinião. Por diversas vezes, eu pensei em colocar o filme para correr ou pular uma cena inteira. Isso porquê algumas cenas são longas e tediosas. Esse documentário não tem um narrador ativo com comentários inteligentes para compor o seu trabalho. Ao invés disso, vemos algumas entrevistas que não funcionam muito bem aqui. Para se ter uma ideia, a primeira cena mostra um vídeo de um velório com quase 20 muitos de duração, tempo suficiente para ter mostrado um punhado de coisas grotescas e curiosas. Só não digo que esse documentário é ruim, porquê algumas coisas nele são "interessantes", como a morte de um homem que é baleado e enterrado. Provavelmente, ainda com vida. É... o mundo real é bem mais doentio do que a ficção, mas esse não é nem de longe, o pior e mais brutal shockumentary que existe. Uma boa opção para se ver no dia de finados!